quinta-feira, 16 de maio de 2019

VINTE MINUTOS DE AMOR.



Epílogo.


Ensopado de suor e ainda ofegante, recuperando-se do esforço feito, Donald acende um cigarro, coça o saco, e, arrumando a cueca, olha com desprezo para a puta, que exausta e desvalida, ainda em pleno gozo, o admira com paixão.
Por pena, ainda pensou em lhe dá uns trocados, mas não viu justiça nesse gesto, afinal ela se divertiu bem mais que ele.
Que tipo de mulher era aquela, as brasileiras são fogosas, pensou, mas nunca tão submissas, tão vulneráveis... Tão entregues.
VA-GA-BUN-DA!!! (Queria gritar, mas se conteve, tinha decoro... Um nome  zelar, é o que achava).
Abriu as cortinas do quarto oval e deixou a meretriz se vislumbrar e reconhecer o quanto era lindo o seu país. Para ela, foi como se tivesse lhe coberto de jóias.
Em êxtase, maravilhada, nem sentia o quanto lhe  doía as entranhas e as assaduras causadas pelo atrito, ela só pensava em o quanto foi intenso e encantador aquele momento. Por um instante se sentiu amada.
Interrompeu o silêncio e, em meio a um sorriso desconfortável, pois os fiapos de manga presos entre os dentes lhe incomodavam, perguntou:
FOI TÃO BOM PARA VOCÊ COMO FOI PARA MIM????
Donald sorriu disfançando a ironia, de uma forma ao mesmo tempo sedutora e sarcástica (esse dom que só os cafajestes possuem), e respondeu, com uma voz melidrosa:
FOI MARAVILHOSO!!! É Melhor já ir se acostumando...

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