terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

INVASÃO Á ILHA DE KARAS.


Imagem: Gustavo Saldanha.

Oquei! Oquei!Oquei!Oquei! Notícia acima do arriba! Invadiram a Ilha de Karas! Contando ninguém acredita. De fato, invadiram a festiva “Ilha das Dodocas”.
Eles chegaram de madrugada em suas canoas, amaram suas barracas de lona em toda a extensão da praia e fincaram a bandeira do movimento. Era o MMS - Movimento dos Sem Status, composto por flanelinhas, donas de casa, cabeleireiras de R$ 1,99, seresteiros de churrascaria, peruas do subúrbio exalando alfazema suíça e todo os tipos clássicos das ralés. Foi um escândalo! Todo o sistema do colunísmo social ficou ameaçado com a tomada de seu símbolo maior.
Para negociar com os invasores manifestantes, foi mandado como “em viado” especial o colunista Antório Maricas, profundo conhecedor das calcinhas e cuecas da alta sociedade brasileira. Ao desembarcar na ilha, esta unanimidade do ódio nacional foi morta e esquartejada pela peble sedenta de sangue nobre. Como se esperava, ninguém, mas ninguém mesmo lamentou o fato. Na verdade alguns setores da sociedade passaram a apoiar o MSS só por causa desse incidente.
Os “jornalistas” tiveram a brilhante idéia de infiltrar no movimento um colunista desconhecido, do norte do país, para desintegrar as bases do levante. O escolhido foi Alan Palhinha, que recusou a investidura, apesar de nunca recusar nada do gênero, em função de estar muito ocupado promovendo uma feverção em uma creche, criando assim uma nova geração de mauricinhos, patricinhas, descolados e draqueens troantes.
Por fim, convocaram a exuberante Fulô de Elis, que, por ser brega por natureza e ofício, poderia passar despercebida no meio daqueles desvalidos. Disseram que tudo o que ela tinha que fazer era convencer aquela gente de que a “sociedade” é um clube fechado e que eles estavam fora, afinal de contas, para que serve o colunismo social além de promover o desastre ecológico, já que o papel vem da árvore...
Já inserida no movimento, nossa heroína fazia o seu belo trabalho quando, para o seu azar, foi descoberta (era a única que usava celular pós-pago). Felizmente foi poupada e depois papada por um líder humanitário do movimento que possuía uma benevolência enorme.
Instalado na Ilha, o MSS chegou ao extremo, promovendo eventos capazes de encravar até as unhas da socialite Deveras Boiola. Tinha feijoada de farofeiros, aniversário de grupo de pagode, concurso da tigresa, eleição do garoto e da garota colegial, campeonato de futebol (camisa x sem camisa), bingo de catuada, etc.
O MSS apresentou sua pauta de reivindicações para por fim a invasão: em primeiro lugar pediram para baixar o preço da revista, pois só tinham acesso a ela na recepção dos hospitais do SUS, também exigiram que sua filhas, mulheres, namoradas e afins tivessem suas fotos publicadas no magazine. Nada mais justo.
A editora de Karas prontamente aceitou as reeivindicações criando uma edição especial para as classes minoritárias, assim, mandou um fotografo lambe-lambe para produzir as fotos das beldades e um repórter policial para redigir a matéria, o preço da revista saiu por apenas R$ 1,99 e essa edição especial recebeu o título sugestivo de “Baratas”.
As dodocas, peruas e madames acostumadas a brilharem nas páginas da revista Karas, tomando seu chazinho com o dedo mindinho levantado, riam à toa: estavam vingadas!

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