terça-feira, 19 de junho de 2012
sábado, 26 de maio de 2012
Luz do Alto -Carlos Berg
Carlos Berg é um amigo de velhas
datas. Fez parte da Galera da rua 01,
turma que cresceu na paz, curtindo muito rock e MPB. Dessa turma saíram grandes
músicos como o Junior Gaiatto, da banda do Seu Jorge, o bluesman Rodrigo Castelo Branco e o próprio Carlos Berg.
Berg é um exemplo de perseverança
e amor a arte. Ralou como ninguém para ter o seu espaço no fechado circulo da
chamada Música Popular Maranhense.Com sua atitude e seu talento se fez perceber
e mostrou seu diferencial.
A primeira música do Berg que
ouvir no rádio foi “Luz do alto”, fiquei impressionado com o arranjo rico e
singular.
Carlos Berg mostrou que veio pra ficar.
sexta-feira, 18 de maio de 2012
ALZIRA E O LOBISOMEM
A
cidade estava em polvorosa, era só a lua cheia cair numa noite de sexta-feira
que a fera atacava. As cabeças de gado nas fazendas eram devoradas ou
simplesmente desapareciam. Poças de sangue se encontravam pelos caminhos. Os
rumores cresciam avassaladoramente, haviam relatos impressionantes de que
pessoas tinham sido atacadas e escapado milagrosamente da criatura. Ninguém
sabia ao certo o nome das supostas vitimas, mas do agressor todos tinham
certeza: era um lobisomem.
Os
ataques foram se sucedendo de forma misteriosa. Suspeitava-se de todos que
poderiam carregar consigo a sina do lobisomem: o sétimo filho de uma linhagem
de sete irmãos, os forasteiros e os ciganos, gente muito peluda, de olhar
aguçado ou com estranhas cicatrizes das quais não sabia explicar direito
a origem.
O
delegado, cético quando se tratava assombrações, tinha suspeitas mais
realistas: poderiam ser ladrões de gado, brincadeiras da juventude do vilarejo
ou então, gente que se aproveitava da onda de superstição que tomou conta do
lugar para dá fim aos desafetos.
Entre
crenças e descrenças, os boatos se alastravam. Muitos já duvidavam de fato da
existência do amaldiçoado, até a fatídica noite em que Alzira foi atacada.
Alzira,
moça estudada e de muito recato, não era chegada a crendices e outras coisas
que ela mesma denominava "bobagens dessa gente". Tinha atitude e
postura, e, sua palavra inspirava credibilidade.
Entretanto,
o maior de seus atributos era mesmo a sua infindável beleza e formosura. Dona
de um corpo escultural, pernas torneadas, seios fartos e rígidos, de rosto
simétrico, ornamentado por um fabuloso par de olhos castanhos e arredondados, e,
longos cachos negros que realçavam seus ombros alvejados.
A
bela Alzira atraia para si todos os olhares, atiçava paixão e desejo em todos
os homens da cidade, os solteiros e os impedidos. As mulheres também olhavam
para Alzira, umas com respeitável admiração, outras com pura inveja, e outras ainda
por razões que não sabiam explicar.
Com tantos olhares sobre si, Alzira não poderia passar
despercebida ao excomungado, que em sua aparência de gente passou a segui-la
por todos os lugares. Encantado com a formosura da moça, o maldito teve fome de
sua suculenta carne.
A malfadada sexta-feira de lua cheia chegou, Alzira voltava
sozinha da Igreja, posto que declinou a gentileza de um admirador que se
dispôs a acompanhá-la até sua residência, trajava um vestido vermelho de laço,
que deixava a amostra um belo par de panturrilhas.
Não sei se foi a vermelhidão do vestido ou se foi a pele
branca a sobressair por baixo da bainha, ou se foi simplesmente Alzira, por ser
Alzira que atraiu o monstro.
Primeiro se ouviu de longe um uivo aterrorizante, o sangue
de Alzira gelou e ela se pôs aos berros a correr pelos caminhos, atravessou uma
vereda perto a um enfarpado onde os arames lhe rasgaram e arrancaram o vestido,
deixando-a inteiramente despida.
O lobisomem em seu rastro farejou o vestido e o cheiro de
sangue, que vazou de seus muitos arranhões, e foi certeiro ao encontro de
Alzira, que se escondia atrás de um cajueiro.
As narinas do monstro exalavam e seus olhos famintos
fitaram a presa. Alzira acuada, em choro compulsivo,
se prostrou deitada ao chão e esperou o bote da criatura.
O lobisomem se aproximou e lambeu Alzira nas partes. A bela
gemeu sem saber se de pavor ou de prazer, e olhou para o desalmado, dominada
por uma ternura estranha que resultou em um beijo.
Não é que o bicho aos poucos foi tomando forma humana e em
ato repentino possuiu carnalmente a moça, que de fato era donzela, deixando no
local mais uma poça de sangue.
Atraídos pelos primeiros gritos de Alzira, os bravos do
lugar vieram em seu socorro empunhando tochas, rifles, pistolas e facões. A
encontraram desfalecida, nua e ensangüentada, com visíveis sinais da
agressão sofrida. Alguns ainda viram o vulto da criatura sumindo por entre a
folhagem.
Quando lhe perguntaram quem teria feito aquilo, Alzira não
pensou duas vezes: “Foi o lobisomem!”
Depois do ocorrido, as moças do lugar temiam a desejada
sorte de cruzar com o amaldiçoado...
quinta-feira, 29 de março de 2012
DOSES DE CALOR
PENHA DE CASTRO
"POETA, ESCRITOR E COMPOSITOR DO NOSSO RICO E MULTI-COLORIDO MARANHÃO. CHEGOU
SILENCIOSAMENTE, COMO UM VEIO D’AGUA QUE TRAZ EM SI OS SEGREDOS DA TERRA. ELE,
SUA VIOLA E SUA VOZ, NÃO APENAS CANTA E TOCA. TAMBÉM, ENSINA, PROTESTA E TOMA
POSIÇÕES. SEU CANTO PREZA A LIBERDADE COMO BEM COMUM A TODOS. AO MUSICAR, SEU
TEXTO EVIDENCIA NOSSA CULTURA COM PRIMOR, DANDO UM TOQUE DE SIMPLICIDADE E
RIQUEZA A OBRA. DIVIDE, ASSIM, O SEU TALENTO, POR QUE SABE, CONHECE E PROCLAMA
NOSSA TERRA DE NASCIMENTO E POR ADOÇÃO, UMA ÚNICA E POTENTE VOZ A REVERENCIAR, O
ONTEM E O AMANHÃ, NOSSOS LEGADOS, TRADIÇÕES E LENDAS QUE ENRIQUECEM NOSSA ILHA
DO AMOR." SAMAR BATALHA.
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