Foi no ano de
1989.O Profeta Gentileza em suas andanças chegou a São Luis trazendo boas
novas.
Eu já conhecia sua imagem exótica de suas poucas aparições na TV. Barba e cabelo compridos e brancos, Como o Moisés Bíblico, vestia uma túnica branca, e trazia nas mãos um cajado e placas com seus escritos.
Era quase meio-dia, horário de saída do Colégio Santa Teresa, onde eu cursava o terceiro ano, vi quando o Profeta Gentileza subia a Rua do Egito (nada mais apropriado), pregando aos transeuntes quando foi abordado pelos alunos e trazido para o terraço da escola.
Achei que haviam más intenções por parte dos meus colegas: queriam se divertir com o pobre profeta e ao mesmo tempo afrontar a direção da escola (talvez o fato de ser uma escola católica acharia inconveniente a presença do profeta contemporâneo no prédio).
O Profeta Gentileza pregou para dezenas de alunos que o cercaram no terraço, rindo e aplaudindo a cada frase, numa algazarra. Assisti com vergonha pela atitude dos colegas e ao mesmo tempo com respeito por aquele senhor de aparência messiânica.
Não entendi as palavras do profeta, menos por causa do barulho e mais pela desconexão que havia nelas. Mas, as palavras não eram o mais importante, a mensagem do profeta gentileza vinha dele mesmo.
Ouvi dizer que o Profeta Gentileza começou sua jornada após um incêndio em um circo que matou sua família, assim que recebeu a revelação divina de que deveria andar pelo mundo proclamando a gentileza.
De uma loucura aparente e de uma honestidade sensata é que nascera a figura do Profeta Gentileza, um profeta do inconsciente que revelava a loucura do mundo.
Não dizia ser o próprio Jesus Cristo reencarnado e nem ser coisa melhor que ele, não pretendia fundar uma igreja, ter discípulos e seguidores, arrecadar dízimos, não vestia ternos caros para vender a palavra de Deus. Não era um desses falsos profetas, pregava apenas aquilo que acreditava ser a verdade.
Tinha um sorriso amável e voz suave, possuía uma aparente eloquência apesar da obscuridade de seu discurso, e seu olhar era pleno de bondade, esperança e solidão.
Gentileza não pode salvar a família de um incêndio, por isso buscava incessantemente salva o mundo de uma hecatombe, salvar a humanidade de si mesma, salvar o homem da insensatez, de seu egoísmo e da falta de amor.
Gentileza queria para o mundo o amor que perdeu para si. Por isso pregava e escrevia nos muros, por isso andava na ruas com suas placas proféticas com frases que se traduziam em uma única palavra: amor.
Percebi nele a loucura de Deus, a mesma que fez Francisco de Assis abrir mão de sua vida confortável e casar-se com a pobreza para se tornar o mais fiel modelo de imitação de Cristo conhecido na história.
Gentileza era puro de coração e isso, certamente, vale mais do que mil palavras...
Eu já conhecia sua imagem exótica de suas poucas aparições na TV. Barba e cabelo compridos e brancos, Como o Moisés Bíblico, vestia uma túnica branca, e trazia nas mãos um cajado e placas com seus escritos.
Era quase meio-dia, horário de saída do Colégio Santa Teresa, onde eu cursava o terceiro ano, vi quando o Profeta Gentileza subia a Rua do Egito (nada mais apropriado), pregando aos transeuntes quando foi abordado pelos alunos e trazido para o terraço da escola.
Achei que haviam más intenções por parte dos meus colegas: queriam se divertir com o pobre profeta e ao mesmo tempo afrontar a direção da escola (talvez o fato de ser uma escola católica acharia inconveniente a presença do profeta contemporâneo no prédio).
O Profeta Gentileza pregou para dezenas de alunos que o cercaram no terraço, rindo e aplaudindo a cada frase, numa algazarra. Assisti com vergonha pela atitude dos colegas e ao mesmo tempo com respeito por aquele senhor de aparência messiânica.
Não entendi as palavras do profeta, menos por causa do barulho e mais pela desconexão que havia nelas. Mas, as palavras não eram o mais importante, a mensagem do profeta gentileza vinha dele mesmo.
Ouvi dizer que o Profeta Gentileza começou sua jornada após um incêndio em um circo que matou sua família, assim que recebeu a revelação divina de que deveria andar pelo mundo proclamando a gentileza.
De uma loucura aparente e de uma honestidade sensata é que nascera a figura do Profeta Gentileza, um profeta do inconsciente que revelava a loucura do mundo.
Não dizia ser o próprio Jesus Cristo reencarnado e nem ser coisa melhor que ele, não pretendia fundar uma igreja, ter discípulos e seguidores, arrecadar dízimos, não vestia ternos caros para vender a palavra de Deus. Não era um desses falsos profetas, pregava apenas aquilo que acreditava ser a verdade.
Tinha um sorriso amável e voz suave, possuía uma aparente eloquência apesar da obscuridade de seu discurso, e seu olhar era pleno de bondade, esperança e solidão.
Gentileza não pode salvar a família de um incêndio, por isso buscava incessantemente salva o mundo de uma hecatombe, salvar a humanidade de si mesma, salvar o homem da insensatez, de seu egoísmo e da falta de amor.
Gentileza queria para o mundo o amor que perdeu para si. Por isso pregava e escrevia nos muros, por isso andava na ruas com suas placas proféticas com frases que se traduziam em uma única palavra: amor.
Percebi nele a loucura de Deus, a mesma que fez Francisco de Assis abrir mão de sua vida confortável e casar-se com a pobreza para se tornar o mais fiel modelo de imitação de Cristo conhecido na história.
Gentileza era puro de coração e isso, certamente, vale mais do que mil palavras...